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Programa Brasil Mais aumenta em 52% a produtividade dos pequenos negócios
Resultados do primeiro ciclo da iniciativa mostraram que, em média, os pequenos negócios também tiveram um incremento em 18% no faturamento
A partir do acompanhamento de quase 5 mil empresas que introduziram inovação e melhorias no processo de gestão, verificou-se que, em média, esses pequenos negócios tiveram um aumento de 52% de produtividade e um incremento de 18% no faturamento. Esses foram alguns dos resultados apresentados por empresas que fizeram parte do primeiro ciclo de atividades do Programa Brasil Mais – iniciativa da Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia (Sepec/ME), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).
O Programa Brasil Mais, que visa aumentar a produtividade e competitividade das micro e pequenas empresas (MPE) brasileiras, trouxe esses resultados a partir de um estudo apresentado na segunda-feira (30/8) pelo Sebrae.
O primeiro ciclo – considerado como um piloto do programa – contemplou 8 mil empresas dos estados de São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Sergipe e Tocantins nos segmentos comércio, serviços e indústria, entre os meses de novembro de 2020 e fevereiro de 2021. De acordo com os dados apurados, a melhoria de produtividade foi verificada em 56% dos negócios analisados, com destaque para as empresas do setor da indústria (77%), seguidas pelos negócios de serviços (57%) e do comércio (39%).
A análise comparativa dos resultados alcançados pelas empresas que participaram do Brasil Mais e a Pesquisa Sebrae/FGV sobre o Impacto da Pandemia mostra que os pequenos negócios atendidos pelo Programa registraram um faturamento, em média, 42% superior às MPE em geral.
Retorno do programa
Ainda segundo os estudos, após quatro meses de participação no Brasil Mais, as empresas analisadas no primeiro ciclo geraram R$ 235,9 milhões de valor adicionado, com um acréscimo de R$ 11,5 milhões (5%) quando comparado ao início de sua participação no programa. Isso mostra que para cada R$ 1 investido pelo Brasil Mais nessas empresas houve um retorno de R$ 1,57 em valor adicionado mensal. Em uma projeção feita para 12 meses, seguindo o mesmo cálculo, o retorno seria de R$ 18,78 (apenas em valor adicionado criado). Assim, é possível afirmar que para cada R$ 1 investido no Programa, o retorno estimado aos cofres públicos, somente em impostos, seria de R$ 1,86, em um ano – tomando como base a alíquota média do Simples e sem considerar outros encargos.
Resultados concretos
A engenheira de alimentos Dayana Fabre de Lima viu seu negócio de chocolate gourmet aumentar o faturamento em 46%, com crescimento ainda maior de produtividade (60%) nos primeiros meses deste ano. Esses números resultam da estruturação do processo produtivo, no planejamento da produção da Cacau Serra, microempresa que há sete anos fabrica chocolates livres de gordura hidrogenada e de conservantes no município de Urubici (SC), conhecido pela atividade turística. Dayana foi uma das participantes do 1º ciclo do Brasil Mais.
Antes de participar da iniciativa, a Cacau Serra não tinha controle da produção e do estoque, o que gerava gastos desnecessários com insumos e mão de obra, além da falta de produtos. Orientada por um consultor do Sebrae, a empresária se inscreveu no Brasil Mais, a partir do qual redefiniu seu processo produtivo, com planejamento e escala de produção. “Criamos um cronograma mensal definindo os tipos e a quantidade de produto por dia. Com isso, diminuí o tempo ocioso dos funcionários e passei a gerenciar o estoque. Tivemos aumento de 60% na produtividade e de 46% no faturamento”, comemora Dayana.
Atualmente, a empresa catarinense ampliou sua produção com chocolates fabricados com amêndoas de cacau selecionadas de parceiros, envolvendo toda a cadeia produtiva e de valor agregado. “Como estamos envolvidos na gestão da empresa, muitas vezes precisamos de uma visão de fora para resolver questões simples”, indica Dayana, que já enxerga a área de marketing como uma próxima oportunidade de melhoria.
No mesmo período, Dennis Travagini fez decolar os negócios da Dynamine Solutions, que presta consultoria de engenharia, simulação dinâmica e estudo de confiabilidade para clientes da área de mineração, ferrovia e terminal portuário. Por meio do Brasil Mais, o empresário alcançou avanços no processo de marketing e vendas, e, com isso, aumentou em 100% seu faturamento em relação a 2019 e 22% em relação a 2020.
O trabalho ao longo dos quatro meses do programa possibilitou o mapeamento da situação, a partir do qual foi desenvolvido um mapa de processos do marketing e das vendas. Hoje em dia a empresa verifica o primeiro ponto de contato dos clientes, além de trabalhar de forma mais coordenada e estratégica com os canais no Linkedin e Facebook. “O principal exercício do Brasil Mais foi deixarmos de olhar para fora e olharmos para dentro, de forma que, conseguindo melhorar a empresa, então poderíamos ir em busca do cliente. As reuniões com a facilitadora foram muito produtivas; ela fazia as perguntas certas para refletirmos e buscarmos soluções práticas”, comenta Dennis.
Metodologia do Brasil Mais
No Brasil Mais, utiliza-se o projeto Agentes Locais de Inovação (ALI). Nesse contexto, as empresas participantes recebem acompanhamento técnico do Sebrae para melhorar suas práticas produtivas ou gerenciais. O Sebrae também fornece manuais de melhores práticas produtivas e gerenciais, e-books, cursos de capacitação, além de ferramentas para avaliação de maturidade das empresas relacionadas às práticas produtivas, gerenciais e digitais, que estão disponíveis no portal do Brasil Mais.
A meta é contemplar 105 mil empresas em dois anos, sendo que o ciclo de atendimento em cada uma dura quatro meses. Para isso, um time de 1.016 Agentes Locais de Inovação está preparado para atuar em todos os estados brasileiros. Até o momento, 22.250 empresas já passaram pelo Programa e outras 22 mil estão em atendimento.