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Por que manter uma loja bonita? Para vender mais

Comerciantes trocam a reforma por pequenos reparos para garantir um novo visual ao seu negócio e chamar a atenção de seus clientes

Reformar em tempos de crise pode ser considerado um luxo. No entanto, alguns lojistas acreditam que atualizar o ambiente podemelhorar o desempenho das vendas e atrair mais compradores. “A loja tem de ser aconchegante e abraçar o cliente”, garante José Carmo de Vieira de Oliveira, consultor do Sebrae-SP.

Para Oliveira, uma reformulação eficaz deve levar em consideração um bom projeto de iluminação, uma fachada atraente com vitrines temáticas, e o interior da loja organizado para o maior aproveitamento do fluxo em formato de circuito.

Dessa forma, o cliente é instigado a caminhar por todo o espaço e tem acesso a tudo o que é vendido. “O consumidor chega à loja em busca de um produto âncora e sai com algo complementar.”

BAIXO INVESTIMENTO

Com o clima de recessão cada vez mais presente, Thaís Sampaio, 27 anos, proprietária da Retrô Gol percebeu que era hora de colocar ordem na casa.

Com uma loja própria no Grand Plaza Shopping, em Santo André, e outros 14 quiosques franqueados na capital, interior e Rio de Janeiro, a marca foi lançada em 2013, e trabalha com camisas e acessórios esportivos.

Antes de definir como seria a sua reformulação, a empresária mapeou os itens mais e menos vendidos. Em seguida, aumentou o tamanho de suas vitrines, mudou a disposição dos produtos menos vendidos, substituiu os cabides de arame por outros de madeira, instalou um painel luminoso com a logomarca. Com isso, o faturamento cresceu 20%.

“A troca das lâmpadas e o ajuste do foco das luminárias valorizou bastante os nossos produtos. Alguns clientes até nos perguntam se trocamos o tecido utilizado”, diz Thais.

Além disso, a disposição de alguns produtos também foi modificada. As camisas, que antes eram vistas de lado pelos clientes, passaram a ser posicionadas frontalmente.

“Percebemos que a disposição do produto influencia na escolha e percepção do cliente em relação ao produto. Com a mudança, os itens mais vendidos tiveram ainda maior saída, e os menos vendidos cresceram.”

Thaís afirma que as adequações tornaram as lojas mais atraentes, e custaram cerca de R$ 800 por unidade.

ORIENTAÇÃO

Com a proposta de atender o pequeno e o médio varejista que gostaria de ter uma loja com os padrões de grandes marcas, o escritório de arquitetura Minha Loja Bonita passou a ser demandado para um novo tipo de serviço.

“Estamos sendo procurados para uma repaginada. Ninguém mais fala em reforma. Eles querem deixar a loja com uma cara nova sem grandes intervenções, ou seja, querem fazer o máximo de mudanças com o mínimo de dinheiro”, afirma o arquiteto Ivan Hitoshi, 45 anos, proprietário da Minha Loja Bonita.

Desde o início do ano, aumentou em 50% o número de clientes que buscam mudanças internas, troca de mobiliário, mudança de layout, projeto de iluminação e reformulação de vitrine.

A estratégia já vem sendo adotada também por comércios populares, como os instalados em boxes. “Já não é mais aquele modelo típico de bancada. Eles procuram orientação, se preocupam com a decoração, e instalam araras, poltronas e tapetes”, diz.

Para lojas com o tamanho médio de 60 metros quadrados, a chamada repaginada pode custar de R$ 5 mil a R$ 20 mil – mais de 50% mais barato que uma reforma simples.

MODERNIDADE

Desde que abriu a sua primeira loja em um shopping, Fabiano Hernandez, 45 anos, proprietário da Comoventt, tinha como objetivo imprimir um estilo mais arrojado para a unidade do Plaza Shopping Itú. Inaugurada em 2000, a loja já passou por algumas modificações.

Há cinco anos sem realizar mudanças na loja, ele deixou para trás as grandes reformas, e em maio apostou num projeto mais despojado. “A intenção era dar um ar mais urbano para a loja, inspirado em lojas de grife”, diz.

Foi então que o empresário optou por deixar o projeto sob o comando da Minha Loja Bonita. A repaginada incluiu uma mudança no layout, que abriu mais espaço para a circulação de clientes na loja.

Com o investimento de R$ 40 mil, Hernandez trocou o projeto de iluminação, modificou a vitrine, e já deu início a reformulação das duas outras lojas da marca.

Além de aumentar as vendas em 30%, a unidade passou a ser a líder de vendas da marca, deixando para trás a loja de rua, que durante 19 anos ocupou o primeiro lugar em vendas.