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Juro para o consumidor cai pelo 9º mês seguido
Agosto foi o nono mês consecutivo de redução do juro ao consumidor.
Fernando Nakagawa e Fabio Graner
Agosto foi o nono mês consecutivo de redução do juro ao consumidor. Dados divulgados ontem pelo Banco Central mostram que a taxa média cobrada pelos bancos nos empréstimos a pessoas físicas recuou de 44,9% ao ano, em julho, para 44,1% no mês passado.
A redução em agosto foi concentrada em linhas tradicionais, como o cheque especial, na qual o juro caiu expressivos 6,3 pontos porcentuais. Em igual trajetória, as taxas do crédito pessoal e do financiamento de veículos também caíram e estão, agora, no nível mais baixo da série estatística do BC, iniciada em junho em 2000.
No cheque especial, por exemplo, o juro recuou de 167,3% ao ano, em julho, para 161% em agosto. A situação é ainda mais favorável no crédito pessoal, que cedeu de 44,8% para 44,3%, e no financiamento de veículos, que caiu de 26,9% para 26,2%.
As condições de empréstimo às pessoas físicas estão cada vez mais favoráveis, segundo o BC, porque a recuperação do mercado de trabalho e da liquidez no sistema financeiro permitem que bancos reduzam as margens de ganho que obtêm nas operações de crédito - o chamado spread bancário, que é a diferença entre o custo de captação e a taxa de juros cobrada pelo banco.
No cheque especial, por exemplo, a redução de 6,3 pontos na taxa de juro é reflexo da redução de 6,1 pontos porcentuais do spread. No crédito pessoal, o juro cedeu 0,5 ponto porque a margem do banco diminuiu 0,7 ponto.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, comentou que a queda do spread é reflexo da melhora da inadimplência dos clientes. Ao contrário do que ocorre nos financiamentos empresariais, a inadimplência das pessoas físicas caiu pelo segundo mês seguido, de 8,5%, em julho, para 8,4% em agosto.