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O útil e o agradável: programas associam intercâmbio a voluntariado
Ninguém mais duvida que a realização de um intercâmbio proporciona ganhos para a carreira.
Karin Sato
Ninguém mais duvida que a realização de um intercâmbio proporciona ganhos para a carreira. Além do aprendizado de um novo idioma, quem se aventura lá fora ganha experiência de vida, já que é obrigado a se virar sozinho em um lugar desconhecido, rodeado de pessoas igualmente desconhecidas. Essa é uma bagagem à qual poucos têm acesso.
Outra experiência valiosa para a carreira de um indivíduo é a realização de trabalho voluntário. A preocupação com o bem-estar alheio, a doação e o simples fato de poder ajudar alguém acarretam crescimento pessoal, ao mesmo tempo em que ampliam os horizontes do voluntário. Tanto é assim que as empresas dão muito valor a trabalhos voluntários realizados que constam em currículos, podendo estes serem fator de desempate em processos seletivos.
A boa notícia é que existem programas que permitem a realização do intercâmbio e do trabalho voluntário, ao mesmo tempo. A CI (Central de Intercâmbio), por exemplo, oferece programas no Peru, na Índia, na África do Sul e na Namíbia. Gisele Mainardi, gerente de Produto da empresa, explica que o preço varia de projeto para projeto, mas o valor mínimo é de US$ 600 por semana, incluindo alimentação, acomodação, transporte e material. Há pacotes que já incluem alguns passeios turísticos.
Os trabalhos voluntários
No Peru, o intercambista pode cuidar de crianças carentes, ajudar famílias excluídas, doentes, ou mesmo apoiar projetos de preservação ambiental. Na Namíbia e na África do Sul, é possível trabalhar em prol dos animais em extinção, órfãos ou maltratados por fazendeiros. Os chamados "big five" (os grandes animais do continente africano), entre eles o leão e o elefante, são os que requerem atenção especial.
"Algumas pessoas optam por trabalhar nos parques nacionais, explicando aos turistas os projetos de preservação dos animais", conta Gisele.
Já na Índia, os voluntários podem desenvolver atividades em escolas, cuidando de crianças órfãs ou portadoras de deficiência mental, ou ainda dando aulas de computação ou inglês. Dá ainda para educar crianças e jovens que moram em áreas rurais quanto aos cuidados com a saúde, realizando atividades como rafting e caminhada em trilhas com eles. Outra opção é ajudar na construção, reparo e manutenção de escolas, creches e abrigos. As alternativas não se esgotam.
Perfil do público
Segundo a gerente da CI, programas que unem intercâmbio e trabalho voluntário são muito procurados por pessoas que já fizeram intercâmbio em algum momento de suas vidas. São profissionais que estão procurando algo diferente. É ainda a oportunidade de fazer uma viagem diferente nas férias - o programa tem duração máxima de três meses. "Muitas pessoas que procuram esse tipo de intercâmbio têm entre 40 e 50 anos".
Para fazer o programa, é preciso ter, no mínimo, conhecimento de inglês suficiente para conversação. No caso do Peru, o idioma utilizado é o espanhol. "Um dos pontos positivos desse tipo de experiência é o contato com pessoas de nacionalidades diversas, porque os outros voluntários são europeus, americanos... Além disso, o intercambista pode morar na casa de uma família ou no alojamento de voluntários".