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Ministério da Educação está prestes a aprovar novas diretrizes para o curso de Ciências Contábeis
Mudanças devem beneficiar não apenas estudantes e profissionais, mas a sociedade como um todo
A nova proposta curricular do curso de Ciências Contábeis está em vias de ser homologada pelo Ministério da Educação. Com parecer (n.º 432/2023) aprovado pela Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE) em junho do ano passado, as alterações nas diretrizes devem beneficiar não apenas os profissionais, mas a sociedade em geral. Trata-se de uma importante conquista e evolução a ser comemorada hoje (24), Dia Internacional da Educação.
“É um grande passo para a qualidade da formação dos egressos dos cursos de Ciências Contábeis. Porém, as mudanças devem ser positivas à sociedade como um todo. Esta irá se beneficiar com profissionais cuja formação teve como base a ética na conduta das atividades; o compromisso com a governança e a sustentabilidade; a administração de conflitos; os relacionamentos interpessoais; e a proatividade”, declara o vice-presidente de Desenvolvimento Profissional do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), José Donizete Valentina.
Os pontos de alteração têm como foco as competências abordadas no curso, que passam a ser organizadas com ênfase no seu desenvolvimento, em suas habilidades e atitudes, sempre com vistas à concepção de desenvolvimento sustentável. Com a nova proposta, o trabalho de conclusão da graduação passa a ser opcional, e as atividades de extensão, incluídas na grade curricular, visando maior interação entre instituições de ensino e sociedade.
Outra novidade diz respeito ao estágio supervisionado, que passa a ser obrigatório. “A obrigatoriedade do estágio é muito importante e bem vista. O trabalho na área de formação em Ciências Contábeis precisa ser uma prerrogativa para que o aluno tenha habilidade na atuação do exercício da profissão”, comenta José Donizete Valentina. “Isto em nada impede que, em paralelo, as entidades de educação ainda mantenham o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), mesmo que este passe a ser facultativo.”
Segundo o representante do CFC, a nova proposta visa que os alunos sejam capazes de utilizar o pensamento científico; participar do processo decisório das diversas organizações, podendo atender às necessidades de informações de todas as partes interessadas; desenvolver perspectivas multidisciplinares e transdisciplinares em sua prática; e atuar com isenção, comprometimento e ceticismo profissional.
“As novas diretrizes também possibilitam maior consciência sobre a própria responsabilidade social, ambiental e de governança, numa visão sistêmica, holística e humanista. O objetivo é formar profissionais com capacidade de cooperação, criativos, críticos, éticos e reflexivos, com formação técnica robusta”, diz. “O profissional da contabilidade do futuro terá que ser capaz de usar a pesquisa e a criatividade para organizar e interpretar dados, a fim de resolver problemas organizacionais; desenvolver argumentos com base em evidências; exercer liderança; e comunicar-se de forma eficaz, compartilhando ideias e conceitos de modo efetivo.”
Outras qualidades importantes serão a capacidade de integrar os saberes de Administração, da Economia, do Direito e de outros conhecimentos ligados ao setor das Ciências Contábeis, além de utilizar os saberes de estatística, métodos quantitativos e matemática financeira como ferramentas de apoio na tomada de decisões.
O parecer aprovado pela Câmara de Educação Superior do CNE foi feito com envolvimento e colaboração do CFC, das academias Nacional e Estaduais de Ciências Contábeis, dos Conselhos Regionais de Contabilidade (CRCs) e de professores e instituições de ensino superior da área contábil de todo o país.
Sobre o Conselho Federal de Contabilidade (CFC)
O Conselho Federal de Contabilidade é uma Autarquia Especial Corporativa dotada de personalidade jurídica de direito público e tem, dentre outras finalidades, a responsabilidade de orientar, normatizar e fiscalizar o exercício da profissão contábil, por intermédio dos Conselhos Regionais de Contabilidade, cada um em sua base jurisdicional, nos Estados e no Distrito Federal; decidir, em última instância, os recursos de penalidade imposta pelos Conselhos Regionais, além de regular acerca dos princípios contábeis, do cadastro de qualificação técnica e dos programas de educação continuada, bem como editar Normas Brasileiras de Contabilidade de natureza técnica e profissional.
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