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Aspectos da contabilidade ambiental

Neste breve artigo enfocaremos dois assuntos em evidência atual a gestão ambiental e custos ambientais nas células sociais.

Autor: Werno Herckert

Há preocupação da comunidade mundial sobre o aquecimento global pela emissão de poluentes na atmosfera pelas diversas atividades humanas, como indústrias, automóveis, aviões, desmatamento etc. O objetivo da reunião de Copenhague (Dinamarca) foi para encontrar consenso entre as nações no controle da emissão de gases poluentes para evitar o aumento da temperatura na Terra e, assim, evitar catástrofes como tornadas, enchentes, queimadas, elevação do nível do mar que pode afetar vários países. Infelizmente não houve consenso entre os representantes dos países presentes. Para se conseguir isso é necessária a colaboração de todos os países desenvolvidos e emergentes para a redução dos níveis de poluentes atmosféricos e isso exige o gerenciamento ambiental e custos ambientais do governo e das células sociais.

 

Para se evitar uma catástrofe mundial é necessário que se gerencie com responsabilidade o meio ambiente natural e se aplique meios patrimoniais em bens que serão usados para haver o desenvolvimento sustentável. Segundo Mowen e Hansen desenvolvimento sustentável é definido como o desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a habilidade de gerações futuras satisfazendo suas próprias necessidades. (Ver Gestão de Custos. Cap. 17, pg. 565, Pioneira Thompson Learning, São Paulo, 2001). Há consenso mundial em marcha pela sustentabilidade. As células sociais estão aderindo à preservação do meio ambiente natural e estão conscientes da necessidade de cuidar da natureza, pois há um limite de exploração dos bens da Terra o que não se pensava a algumas décadas passadas. Há nas células sociais a preocupação da ampliação do conhecimento do sistema de gerenciamento ambiental e das aplicações em utensílios para cuidar do entorno ecológico.

Neste breve artigo enfocaremos dois assuntos em evidência atual a gestão ambiental e custos ambientais nas células sociais.

GESTÃO AMBIENTAL

É o sistema de gerenciamento da interação do processo produtivo do patrimônio da empresa com o meio ambiente natural.

A questão ambiental é preocupação do governo, da comunidade, de ecologistas, ambientalistas, ONGs e passou a ser, também, dos empresários que a usam como estratégias administrativas.

As decisões nas empresas devem ser tomadas visando à harmonia entre o patrimônio e o meio ambiente natural. Cresce nas organizações a importância da gestão ambiental, principalmente nas indústrias, que facilmente ultrapassam o limite de resíduos que poluem o ambiente natural.

Segundo Eusélia Paveglio Viera e Juliana Siqueira …as empresas estão investindo cada vez mais em tecnologias limpas, ou seja, técnicas de proteção e preservação do meio ambiente e, em certos casos, estão até se antecipando às exigências legais, e isso tem contribuído para um desenvolvimento sustentável. (Ver Gestão Ambiental: estratégia competitiva ou cidadania empresarial? Revista Contabilidade e Informação, Editora Unijuí, n. 22 p. 65-74, Ijuí, jan/jun/2005).

“O empresário começa a se dar conta que a gestão ambiental não veio para prejudicar a prosperidade patrimonial de sua empresa, mas, sim, veio como um novo desafio para agregar valor ao seu produto na atualidade”. (Ver em O patrimônio e o desenvolvimento sustentável, pg. 10, Reas Gráfica Editora, Três de Maio, ago/2004 de minha autoria.)

No sistema de gerenciamento ambiental há os custos ambientais que são usados para a preservação da natureza.

CUSTOS AMBIENTAIS

São as aplicações que as empresas fazem em utensílios (bens) que são utilizados para preservação e recuperação do entorno ecológico.

Segundo o Prof. Lopes de Sá a questão conceptual de custo não está ligada à obrigatoriedade, mas, sim à utilidade de um investimento em favor de uma necessidade que se traduz em objetivo de um empreendimento (no qual se insere aquele de ordem meio ambiental). (Ver Aspectos dos custos aplicados ao meio ambiente. www.lopesdesa.com.br, nov. 1999).

Segundo Rocha e Ribeiro apud (Wernke, 2000) assinalaram que os custos ambientais são gastos realizados pela empresa para reduzir ou eliminar os efeitos negativos do seu sistema operacional sobre o meio ecológico. Os investimentos nesta área têm recebido ênfase expressiva, e diante disso necessitam, portanto, serem incluídos na estratégia da gestão econômica financeira das empresas. (Ver Custos ambientais: uma abordagem teórica com ênfase na obtenção de vantagem competitiva. Revista Brasileira de Contabilidade. Brasília: ano 29, n. 123, p. 44-51, maio/jun de 2000).

Os custos ambientais aumentam com o crescimento da população.

CRESCIMENTO POPULACIONAL – Aumenta a população cresce a pressão sobre os recursos naturais. Exige das indústrias mais produção de produtos e com isto gera mais resíduos e custos ambientais. A agricultura precisa produzir mais alimento e, assim, para aumentar a produção exige-se o aprimoramento de novas técnicas, aumento de terras plantadas e do pecuarista mais terras para criar gado. No Brasil há duas causas, na atualidade, de desmatamento a expansão do plantio da soja e da pecuária e com o desmatamento atual há emissão de gases na atmosfera. Com algumas medidas do governo há tendência de diminuir a emissão de gases. Segundo Paulo Sérgio Duarte ¨As preocupações ambientais contemporâneas originaram-se compreensão da pressão sobre os recursos naturais causadas pelo crescimento populacional e pela disseminação do modelo da sociedade de consumo¨. (Ver Você está perdido? Todo mundo também está. www.luizprado.com.br.). Na década de 70 ventilava-se o planejamento familiar para se evitar o crescimento demasiado da população. Com o aumento da população e a conscientização ambiental há na comunidade mundial uma visão nova na forma de consumo.

CONSUMO CONSCIENTE – É quando o cidadão consome produtos com a preocupação na preservação do meio ambiente natural. Há uma tendência mundial em marcha de mudança na forma de consumir. Há uma visão nova de adquirir produtos das empresas que optam pela preservação da natureza e aplicam efetivamente dinheiro no cuidado com o meio ambiente natural. A comunidade está se conscientizando de mudar os padrões de consumos atuais para ajudar na preservação do meio ambiente. Atualmente o consumidor consciente consome mais produtos das empresas que se preocupam com sustentabilidade. Assim obrigam as organizações a cuidar da natureza. Aquelas que não colocam em suas estratégias de negócios a preservação da natureza estão fadadas ao fracasso, e assim cresce a visão de sustentabilidade.

SUSTENTABILIDADE – em décadas passadas não havia preocupação dos empresários com o desenvolvimento sustentável. No século XVIII, com o inicio da industrialização, não havia preocupação com a natureza pensava-se que ela era exaurível. Iniciou-se a degradação da Terra. Na atualidade as empresas preocupam-se com a sustentabilidade, pois há degradação do planeta que pode levar a humanidade a problemas sérios. O aquecimento global é um deles. Se houver um aumento da temperatura, alertam os cientistas, haverá problemas de inundações, tornados, etc. Os países insulares estão em guerra com o aquecimento global, pois serão os primeiros a serem afetados pela elevação da temperatura no Planeta. É necessário pensar no desenvolvimento econômico, mas também na vida sobre a Terra, pois sem ela não há desenvolvimento e com vida haverá prosperidade do homem.

* Membro da Academia Brasileira de Ciências Contábeis
Membro da Associação Científica Internacional do Neopatrimonialismo